Borboleta mordida por tubarão
Um dia a poesia entrou aqui
Trouxe pães quentinhos, fez o café e lavou a louça
Me encheu de palavras
E foi embora sem dizer nada
Depois que se foi me sufoquei
Engolindo as palavras sem querer
Jogadas em mim como confete que colore antes de sujar
Pequenas pétalas de caos a se varrer
Pisar em cacos de eufemismos macula a caminhada
Dê notas e nomes às verdades
Sejam elas legítimas ou falsas
Porque de macias me bastam as nuvens do meu chão
E sou louco de pedra dura
A poesia foi embora mas ficou
Tatuada nos meus mais lindos sonhos
Um voo leve de equilíbrio e dever cumprido
De estar onde não habito
Borboleta mordida por tubarão
Anderson Ribeiro
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