Poprósito
No velório da morte
Havia dois singulares e um plural
Grunhiam um alegre metaplasmo mudo
Que confrontava a fúnebre ladainha viciante
Aquelas palavras ardiam
Intumescidas de sangue e trevas
Confrontando o paradigma torpe
E anacronicamente contemporâneo
Da minha lúcida loucura
Com os labirintos e vultos que eu seguia até então
Eram caminhos ponteados
Por sebos e ferros-velhos
Dos quais nunca entendi os adornos
Mas era para cada amém um pé na porta
E daquela residente multidão formigueira
Que morria num coletivo cada um por si
Cheio de abismos rasos e lancinantes
Surgiam outros e outros e outros e nada mais
Era uma tertúlia de profetas do acontecido
Falando de amor, felicidade, certeza e outras mentiras
Como se também só lhes restasse
Essa mesma asmática licença poética
Avessa a excomungar seus medos
Com abstrações pseudo neologistas
De calcanhares mordidos por seres rastejantes
Como sê capazes de cócegas em si
E apavorados pelas possibilidades
Viviam o lado best das línguas ainda não ditas ou erradas(?)
E estavam lá sempre estilingando os dedos
Nus em poemas automatizadores de improvisos
Crendo numa cápsula beta metade coisa nenhuma
E o resto cheio de outros tantos de vazios vis
Amiúde engodo de uma raça pobre de propósitos
Onde estão eles?
Ergam-se
Que não os tenham
Que não os saibam
Mas que os mereçam
Viva os besouros rola-bosta!
Undersongh
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