1986

1986

A gente espera o momento certo
De viver a vida em primeira pessoa
Como fazer buracos de bola de gude
Ou correr atrás de estrela cadente

E a gente escreve um poema-caminho
Com todo mundo olhando para o mesmo lugar
Em que a razão não era então o medo de deixar de existir
Quando a vida era mais que ouvir o que houvesse

Você me lembra aqueles velhos neologismos passionais
De quando a gente curtia juntos o alinhamento dos planetas
Era tanta demasia que não havia espaço para o pouco que tanto faltava
As velhas recordações de um mundo peão que nunca ficou pra trás

Esquece o terno que nada é eterno
Desenrole essa fita pra fazer rabiola
Errado é esperar o tempo enquanto ele vai
De tantas estribeiras é que se perde o estribilho
Eu sei porque foi assim que minha bolacha de acetado voadora voou
Então não estranhe esse meu rabisco reto e translúcido de cores mentais

Você me lembra aqueles velhos neologismos passionais
De quando a gente curtia juntos o alinhamento dos planetas
Era tanta demasia que não havia espaço para o pouco que tanto faltava
As velhas recordações de um mundo peão que nunca ficou pra trás

Anderson Ribeiro


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