Sonhos de Gaveta
Guardei meus sonhos na gaveta
Lancei tranca reforçada
E previ chaves perdidas
Para quando o amanhã for ontem
Quantas canções eu fiz não sei
Mas já perdi poemas para a coesão
Com rimas de abundante sentido
E fôlego de susto
Todas lá bem guardadas agora
Com rangidos de dentes
Bruxismo de batatas assando
E ausente tesão
Eram pois chama miúda
Não propagada
Andarilhas de trilhos esquecidos
E hálito protagonista
Não basta que se rasgue as folhas
Que o mau bocado mancha
Para além do futuro medieval
Há que se rever os cumes de bondade seletiva
Esculpa-me lânguido se quiser
Em seus olhos tão bastantes
Mas no final o que conta é com quantos delírios
A gente alegrou a nossa realidade
Agora procuro um repoema
Que me conceda fazer a boa
E me ensine que não desisto
Ser tesa
Anderson Ribeiro
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