Limbo

Limbo

Não ouço ecos
Hoje minhas palavras se perdem
Sem reverberação
Nada as resvala
As ditas
As não ditas
As futuras
E as feridas
Outrora outro sopro
Eu assim meio semente
Viço de broto intermitente
Flor e espinho em mesmo talo
Meio Frida” e meio calo
Não mais temo a morte
A vida é que me mata
Sofro pelas articulações
As minhas
E as que nunca tive
Voltaram-se contra mim
Devem também estar certas
Não me respondam aos poemas
Permitam me tais devaneios
Pois minha loucura é braçal e
Acaso lhe tocassem
Quando soaram
Responderia já aos transientes
Feito o rabo que perdeu a lagartixa
Passado não é futuro
Nunca foi
Não sabe?!

Anderson Ribeiro


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