Carta para se vestir a nudez

Carta para se vestir a nudez

Para se vestir nudez, carece não tê-la
Pois quem é nu, já veste a camisa
Ter de ser implica faltar
É quando sobram carapaças e desculpas
É o limiar do apaziguamento e do pulso
A receita do antídoto
Para bêbados beligerantes, paz
Para bloqueio de escritor, whisky
À nudez cabe o eufemismo dos medos abissais
A catarse das paixões
A romântica cleptocracia dos beijos
A alforria dos desejos
O efêmero dos poetas descabelados
Desenhar o ridículo na bandeira
Grudar no peito a vontade
Grudar no peito à vontade
Saciar o infinito
Interromper o limite
Pele
Destroços de significados
Animal pleno
Destronar a palavra
Coroar o instinto
Servir ao corpo
A ignorância da consciência
Respirar!

Anderson Ribeiro


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