Arranjo
Vejo você me comparando
àqueles ledos frios dias idos de carnaval
Era pra mim o arranjo certo e a amarga dose
que eu bebia entre o breu e o sol
Os olhos que eu usava eram tão cegos
mas eu lia suas frases rabiscadas em mim
Eu trago e trago o gosto da cicuta
que fervia em minhas veias, em meu fígado e rins
Seus olhos me lambiam e abusavam da secura
que afogava aquele antigo pagão
Sabe, você não mais provoca
aquele medo de perder a razão
Lembra? Era assim que acontecia,
o mundo gira agora em torno de mim
Vejo que você era um sonho,
uma adorável utopia então perfeita pra mim
Me devorava mal passado e então sangrando é que me usava,
era a cor que mais gostava: carmim!
Mas eu não sabia viver aquela verde
e inconstante emoção canibal
Agora sei do preciso e então eu fujo do perigo,
eu que faço o meu caminho afinal
Seus olhos me lambiam e abusavam da secura
que afogava aquele antigo pagão
Sabe, você não mais provoca
aquele medo de perder a razão
Lembra? Era assim que acontecia,
o mundo gira agora em torno de mim
Anderson Ribeiro
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Muito legal, estarei por aqui muitas vezes.
Obrigado, Wander!