Resumo

Eu tenho um silêncio de lusco-fusco e asas de nadar feito minhoca, tenho rédeas translúcidas e cabresto sob medida para pular de paraquedas, uma loucura lúdica de empinar pipa e um atabalhoamento de fazer cócegas. Costumo um estampido exagerado e tenho gelinhos de estimação que enxugo sempre que não é possível. Tenho palavras soltas e ideias inatingíveis, assim como alguns sorrisos e uns amigos que riem deles, uns poucos relâmpagos debaixo do braço que são pra sonoplastia própria e não me imagino sem meus pasteis de vento solar noturno, são lindos! Uma vez, tive um esparadrapo por uma semana, ficava no pé curando verruga, me desfiz deles e troquei por algo menos bolorento e doído. Acho que meu relâmpago era trovão, raio não era! Ainda tenho uma caixinha com letras bonitas, dessas que dizem da gente em troca de sorrisos e vivo tendo de explicar que decidi parar de sentir cócegas e que já xinguei o monstro de areia dos meus sonhos infantis, dei uma lição nele. Meu menino não me larga, nem eu dele, dois bobos alegres, então acho que me restam muitas histórias de protagonista e isso é bom pra viver mais. Tenho amores e umas rabugices, acho que por causa do atabalhoamento, também acho que por causa do improviso. Eu tenho sonhos de vagalume, desses que iluminam o breu pra dar uma espiadinha. Eu tenho sorte e um amor que cuida de mim!

Anderson Ribeiro


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