Diapasão
Era ela que de tão poros,
pelejavam-lhe os sentires
Eram eles que de tão puros,
conspiravam-se felizes
Eram atos que de tão santos,
urgiam-se-lhes veleidades
Eram ritmos que de tão altos,
revogavam santidades
Eram ébrios que de tão lúcidos,
confessavam-se eloquentes
Era doce que de tanta sede,
bebiam-se dementes
Eram braços que de tão lúdicos,
folheavam-se sem margens
Era tanto que de tão afoitos,
inverossímeis as vertígens
Era impúdico que de tão louco,
olhavam-se trocistas
Eram verbos que de tão métricos,
alheavam-se calculistas
Eram versos que de tão sórdidos,
conferiam-lhes pedantes
Eram olhos que de tão ingênuos,
proclamavam-nos amantes.
Anderson Ribeiro
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