Entabulário

Entabulário

Mensuro pirâmides redondas
E apago em mim sua ilusão de áudica
Cenas de fotografagia acometidas de ritmos
Seres humanos que entorpecem os sentidos
Cenas sonoras de outro mundo
Nós surdos
Nós dois
Nos dois sentidos infinitos
Nós que sabemos desentender
Nos desfazeres que sabemos
São sentidos que se juntam, que se dividem
E são sentidos incondicionalmente, esses são os bons.
Entabular uma prosa com o sopro
Soprar uma flor que se esfacela e voa
O rumo é o ritmo do vento que resvala no ser
E o ser é aquele que contém um nada composto
São lados infinitos
São espalas curvas as que encaram a verdade
Cegas que vislumbram outras vertigens
Nós nos tornamos ventre
E nascemos dele
Nós nos desfazemos
Nos nós que fazemos
E enquanto os lados se curvam
A mente recria
A mente desdobra as formas finitas
E as formas que mentem o que são
Caem em contradição.

Anderson Ribeiro

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