Leões em Marte

Leões em Marte

Eu quero ir embora ver se estou numa esquina
Eu já estive em Marte e as palavras não vem
E só o que consigo é um inteiro em pedaços
Os cacos remendados, grifos aninhados
E os miseráveis versos que escalei pra mim

Eu já estou lá fora e busco abrigo
Ou um café que sirva de escudo do frio
Mas seja como for que seja verdadeiro
Que seja este gole o inverno por inteiro
E me aqueça e torne o seu sabor

Nos dias frios, claro, há gostos estranhos
Cheiros cor de vales e frases que barganho com o seu olhar
Que envolve a destreza que me falta ter

Eu imagino versos que nunca escrevo
Eu olho as estrelas e o sono não vem
Distraio meteoros, mundos derrotados
Crio supernovas, crivos não me abalam
E vaga-lumes dançam pra me lembrar de mim

Anderson Ribeiro

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.